Páginas

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Como ajudar seu filho a estudar com qualidade na rede?

Guia para pais (e professores) orientarem filhos (e alunos) a tirar o máximo proveito da internet durante os estudos



27/11/2013 12:43
Texto Marion Frank
Educar
Foto: Claudia Marianno
Foto: A internet é importante na hora da educação por estar intimamente ligada ao dia a dia da criança e do jovem
A internet é importante na hora da educação por estar intimamente ligada ao dia a dia da criança e do jovem
Em tempos de comunicação digital, você faz ideia de como o seu filho estuda? É bem provável que irá encontrá-lo no quarto com a TV ligada, a tela do computador repleta de janelas abertas - e pronto para atender à chamada do celular. E, se você acha que o seu filho não está levando os estudos a sério, dê atenção ao exemplo de Fernanda Salgado, paulistana de 17 anos. Às vésperas de prestar vestibular para Direito, ela diariamente faz pesquisas, enquanto troca mensagens no Facebook, assiste vídeos no YouTube e compartilha textos no Googledrive. Tudo rápido, simultâneo e resolvido com o seu iPad. Mas - você gostaria de confirmar - e os estudos? "Vão bem, só desvio a atenção deles por minutos", diz, ela que tem ótimo rendimento escolar.
TecnologiaTudo sobre Tecnologia
Como aproveitar a tecnologia na Educação? Dicas e orientações para tirar o melhor da internet - com segurança
Seguramente, esse não foi o modo como você - e os pais dos colegas do seu filho - se habituaram a estudar para um exame. "É outra forma de lidar com o conhecimento", aponta Luciana Allan, diretora técnica do Instituto Crescer. "O cérebro do jovem trabalha hoje de outro modo", reforça Sonia Bertocchi, do blog Lousa Digital. Fato é que muito ainda se faz necessário para entender a forma como a garotada hoje se relaciona com a internet. E, por conhecer pouco, pais e professores sentem-se inseguros para orientar. Com a ajuda das especialistas, preparamos dicas que indicam o que deve ser feito para estimular crianças e jovens a aproveitar a rede nos estudos.
Para ler, clique nos itens abaixo:
1. Integrar-se ao mundo da internet
A internet é importante na hora da educação por estar intimamente ligada ao dia a dia da criança e do jovem. É na internet que as crianças e os jovens vão encontrar os amigos, jogar, se divertir, namorar e também estudar. "Integrar-se ao mundo da internet é uma grande oportunidade de os pais se aproximarem do que acontece de mais importante na vida dos seus filhos", realça Sonia Bertocchi. É, portanto uma forma de se aproximar, afinal, essa criança nasceu com o computador fazendo parte da vida dela - assim como seus pais viveram o mesmo sentimento em relação à TV. Mas a educadora faz uma ressalva: "A ideia não é usar a rede para se intrometer, mas sim entender o que acontece no dia a dia dos filhos".
2. Entender a inteligência coletiva
A internet potencializa a construção do conhecimento de modo coletivo, a inteligência coletiva. "O método de ensino hoje mais completo contempla a rede mais a sala de aula, ou seja, a escola que se preocupa em integrar o aluno à rede ajuda a que ele aprenda mais", opina Sônia Bertocchi. Será junto dos seus colegas de classe, portanto que os seus filhos vão aprender a usar a rede para se informar, interagir e colaborar. "Esse é o tripé que dá apoio à internet", esclarece Luciana. "E, na educação, há atividades que contemplam cada uma dessas ferramentas, exigindo um modo específico de trabalhar".
3. Aprender a buscar a informação certa
Pesquisar, na rede, é muito mais do que fazer uma busca. Pesquisar significa trabalhar com as informações. Ou ainda: selecionar fontes, abordar o assunto de vários ângulos, avaliar sites - e aí é que está o problema: há um milhão de informações disponíveis na internet, mas nem todas são idôneas. "Quem deve orientar o aluno sobre como proceder é o professor. Porque o risco de a criança se perder em razão do excesso de informação é grande, de ficar só na superficialidade...", avisa Sonia Bertocchi. Se a escola tem papel fundamental nessa tarefa, os pais também têm. "Ajude seu filho a formular a pergunta para pesquisar com qualidade", indica Luciana Allan. E ela explica o porquê. "Quem não tem objetividade na hora de definir as etapas de uma pesquisa, não chegará a um bom resultado na rede". Lembre-se: todos os sistemas de busca possuem uma elementar e outra, avançada - essa última, que poucos ainda usam, dá refinamento à pesquisa. "Usar o sinal de + e o sinal de ‘’aspas também faz com que a pergunta seja melhor direcionada e, por consequência, a pesquisa de um determinado assunto", reforça Luciana.
4. Evitar copiar e colar
Ok, muito provavelmente, quando eram estudantes, pais e professores que leem este texto iam à biblioteca e "copiavam" trechos inteiros de livros que interessavam ao trabalho escolar... "A diferença estava no encaminhamento que o professor dava a essas ‘cópias’, ele conseguia promover o debate durante a aula, já que cada aluno havia ‘copiado’ algo diferente sobre o tema", lembra Sonia Bertocchi. Hoje, porém, o "corte e cola" indica preguiça mental, artifício usado por quem deseja apenas se livrar da lição de casa. "Sou totalmente contrária a essa prática", afirma Luciana Allan. "O importante é estimular a criança e o jovem a fazer uma pesquisa, comparar fontes e produzir um texto."
5. Entender como funciona o cérebro do seu filho
Pais e professores devem acompanhar as pesquisas da neurociência para entender como hoje funciona o cérebro da garotada. Segundo alguns neurocientistas, é possível ao cérebro de uma criança ou de um jovem trabalhar em várias direções, permitindo estudar, postar mensagens e espiar um vídeo ao mesmo tempo. Nada de conclusivo, porém, existe sobre o tema, é bom frisar. Mesmo assim, está claro que as crianças e os jovens dos tempos atuais vivem em um ambiente de excesso de estímulos, onde tudo acontece simultaneamente. "Para eles, o silêncio, na hora de estudar, pode ter efeito contrário, dispersando a atenção em vez de focar", alerta Sonia Bertocchi. Mas Luciana Allan faz questão de destacar um senão: "A atenção da garotada anda tão pulverizada, são tantos os interesses, que o ‘voo’ pode ser rasante...". Para ela, caberá ao professor despertar o interesse dos alunos em refletir, criando situações para expor ideias, debater etc. "Os pais também precisam estar atentos porque os jovens são imediatistas e não param para pensar", salienta Luciana.
6. Criar o hábito de checar se a informação é confiável
Insista para seu filho criar o hábito de checar, na internet, se a informação que pretende utilizar no trabalho é confiável. Pesquisar com qualidade é receita que vale por toda a vida. A educadora Sonia Bertocchi destaca alguns ‘controles de qualidade’ que podem ser feitos em nome de uma escolha criteriosa de informação na rede. Assim, no caso de sites, é preciso verificar quem é o seu responsável (pessoa ou instituição - privilegiar sites vinculados a meios de comunicação, entidades governamentais etc.); se há apenas informação/opinião ou também espaço à publicidade; se o texto é claro, de fácil compreensão; se há links de interesse para o tema da pesquisa; se é de fácil navegação ou se os anúncios interferem na pesquisa; se há preocupação de citar fontes; e se está sempre no ar (ou não). Mesmo assim, há sempre o risco de encontrar dados errados na rede, "daí ser importante pesquisar o mesmo tema em três fontes para checar o quanto a informação tem de confiável", aconselha Luciana.
7. Respeitar os direitos do autor
Ao pesquisar na internet, como em livros ou revistas, essa é uma condição fundamental. Crianças e jovens que sabem se comportar na rede apenas refletem o que aprenderam em casa, ou seja, são capazes de agir com educação em todas as atividades. Ao pesquisar, por exemplo, elas demonstram respeito ao autor do texto, fazendo a ele referência se o tal texto for de algum modo utilizado na lição de casa (ou no trabalho)... "Caberá ao professor explicar o que é plágio, o que é citação, enfim, transmitir as informações necessárias para que os alunos saibam como agir com o texto ou a imagem de interesse, destacando o nome do autor ou da instituição, a data de publicação, ou então, o nome do link pesquisado etc.", detalha Luciana.
8. Usar a rede para encontrar grupos de estudo
Estimule seu filho a usar a rede para contatar grupos de estudo, centros de pesquisa ou especialistas da área de interesse. A palavra-chave, aqui, é interagir. Saber encontrar bons pares e, com eles, trocar experiências, idéias. Claro, sempre é preciso tomar cuidado de quem seu filho vai se aproximar em nome de uma pesquisa, por exemplo, mas ele pode ser orientado a respeito na própria escola, enfim, saber de antemão quem são os especialistas que realmente valem a pena entrar em contato. "Hoje há interesse e disponibilidade nos meios acadêmicos para falar de um assunto do qual se sabe ser referência...", garante Luciana Allan. Será assim que o seu filho irá aproveitar essa possibilidade imbatível da internet, a facilidade de comunicação.
9. Aprender a colaborar em rede
 
    http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/estudar-internet-761475.shtml?utm_source=redesabril_educar&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_educar                  
Seu filho precisa aprender a tirar proveito, na internet, da possibilidade de ‘colaborar’ - influencie nessa direção, diariamente. É a construção coletiva do conhecimento, espaços online que facilita a produção de documentos de modo colaborativo. Exemplos? "O Dropbox (www.dropbox.com), diretório virtual que permite acessar online todos os documentos de quem não está nem mesmo em frente ao próprio computador; e o Skydrive e o Googledrive, que disponibilizam a construção de um texto a várias mãos e simultaneamente", aponta Luciana. O Dropbox também permite compartilhar, com quem for de sua escolha, documentos em uma pasta virtual... Acredita?
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário