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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O Déficit de Atenção está no comportamento da nossa sociedade e não nas nossas crianças




Por Marcela Picanço







Quantas crianças ainda terão que tomar um remédio para se sentirem enquadradas, pois a educação não nos dá a oportunidade de sermos brilhantes?




Alguns dados apontam que nos últimos anos os casos de Déficit de Atenção triplicaram entre nossas crianças. Eu estou entre uma dessas crianças. Com uns treze anos comecei a tomar um remédio com tarja preta chamado Ritalina, que pra mim, de fato fazia uma diferença enorme. Quando eu era criança fui chamada várias vezes de hiperativa, desconcentrada. Meus professores adoravam falar como eu me dispersava rápido. Engraçado, continuo assim, mas hoje tento usar isso ao meu favor. O remédio vai soltando doses ao longo do dia e pode durar até 8 horas. Tomava antes de ir para escola e ficar ligada na aula. Nunca fui boa em matemática, física, química, mas me esforçava o bastante pra não ficar de recuperação. Lembro que eu achava que o remédio fazia uma diferença significativa na hora de fazer uma prova. Eu realmente me transformava, durante 8 horas, em uma pessoa mais focada. O déficit de atenção é mais comum do que se imagina.










Assim que entrei na faculdade resolvi largar o remédio. Fui percebendo, ao longo dos anos, que eu não precisava dele para escrever uma boa redação, ou pra ler um livro que eu gostava, nem pra fazer prova de história. Não precisei do remédio para decorar um dos meus primeiros textos de teatro. Eu nem tomava o remédio pra ir pra aula de teatro e eu era uma pessoa igualmente focada nessas aulas. Foi aí que minha mãe resolveu perguntar à minha médica por que eu ficava concentrada nas coisas que eu gostava de fazer. Ela disse que isso era normal. Nas áreas que eu tinha mais habilidade, os sintomas não apareciam de modo que me atrapalhassem. Que doença engraçada, né? Mal do século, eu diria. A nossa sociedade está criando doenças para quem estiver fora do padrão de comportamento esperado.

Então, vi que o problema não estava em mim e nem na maioria das crianças que precisa tomar um remédio para entrar num padrão social. O problema está no nosso ensino totalmente precário, que se preocupa mais se o aluno vai passar em medicina do que se ele será um bom cidadão.É claro que em alguns casos específicos, o uso da Ritalina é de extrema importância e eficácia, mas acredito que, na maioria das vezes, o Déficit de atenção poderia ser tratado de outras formas. Estudei minha vida toda numa escola diferente, que se importava com a cabeça dos seus alunos e valorizava o que eles tinham de melhor, incentivando a arte, o esporte e a ciência. Lembro que as notas eram dividias em 40% de provas e os outros 60% eram de comportamento. Se você soubesse lidar bem com um grupo, participasse da aula, fosse educado e responsável, já era o suficiente pra passar de ano. E ninguém deixava de estudar, afinal queríamos ter notas boas. Depois fui pra uma escola que tinham tantos alunos que os professores não conseguiam gravar o nome nem dá metade deles. Nunca mais falamos em preconceito ou direitos humanos. Nunca mais falamos sobre ler livros sem ser por obrigação. Depois, mais tarde, os professores reclamavam que líamos pouco, mas como, se tínhamos tão pouco incentivo? Lembro que na minha outra escola ganhei gosto pela leitura quando eu ainda era bem pequena. Devorava livros e mais livros, afinal a gente tinha uma aula só de leitura.






Me mudei para essa nova escola porque eu precisava passar no vestibular, mas eu não via sentido nenhum em nada daquilo. Fui me sentindo cada vez mais idiota porque eu não conseguia ir bem em nenhuma matéria de exatas, mas falaram que pra passar no vestibular era preciso saber mais exatas do que humanas. Aumentei a dose do remédio Ritalina pra poder ficar pelo menos na média. Fico pensando quantas crianças vão ter que se sentir burras e diferentes e tomar um remédio tarja preta pra ficar na média na escola, pra ficar na média na vida, pra ser sempre medíocre porque a educação não nos dá a oportunidade de sermos brilhantes. No ensino médio os adolescentes são constantemente comparados, como em uma empresa, para que haja desde cedo um espirito de competição. Infelizmente essa competição é completamente injusta, pois as pessoas têm habilidades diferentes. Como já disse Albert Einstein “Todo mundo é um gênio, mas se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em árvores, ele passará sua vida inteira acreditando ser estúpido” e é exatamente isso que nosso ensino faz.


A qualidade de uma escola é medida pelo número de aprovações que seus alunos têm no vestibular e não pela pessoa que ela está formando para o mundo. Como queremos ter profissionais mais dedicados se, desde pequenos, somos ensinados que se importar com o outro não é o que importa, mas sim ser sempre melhor que todo mundo? Infelizmente, nossa educação forma pessoas cada vez mais quadradas, que pensam dentro de uma caixinha. Não se permitem ir atrás das informações e nem na melhor forma de resolver problemas. As aulas de artes são totalmente técnicas e insuportáveis. Não nos dão oportunidade de sermos realmente quem queremos ser e crescemos adultos chatos, controladores e depressivos.


Infelizmente nosso comportamento é resultado da educação que tivemos e isso só vai mudar quando todas as áreas foram igualmente valorizadas nas escolas e entre os alunos. Cada vez teremos mais crianças com déficit de atenção. Principalmente agora com a tecnologia, que todas elas podem ter acesso rápido a tudo. Por que elas ficariam prestando atenção em uma aula chata? Por que elas ficariam prestando atenção em algo que elas podem aprender em um segundo procurando no Google? O nosso sistema educacional precisa mudar rapidamente, pois não podemos achar que o ensino pode continuar o mesmo de 20 anos atrás, onde não existia tanta informação com facilidade. As crianças estão perdendo o interesse na escola. Elas estão vendo o mundo de possibilidades que existe ao redor delas, vendo tudo que elas podem criar e transformar e os colégios continuam insistindo naquele velho formato. Todas as pessoas têm uma genialidade, mas o mundo insiste, por algum motivo que sejamos medíocres, dentro de um padrão. Não valorizam o aluno bagunceiro, nem o que vive no mundo da lua. Esses que no futuro provavelmente serão os adultos mais criativos. A nossa educação mata a nossa criatividade. Na escola não temos nenhuma oportunidade de nos mostrar e nem de crescer intelectualmente, pois quanto mais velhos ficamos, taxam de ridículo aquilo que fazemos de diferente, mas que se for estimulado, poderia ser genial. É triste a situação em que vivemos, mas já foram inauguradas escolas com uma proposta totalmente diferente de ensino, onde as matérias não são separadas, mas são aprendidas juntas, como se fosse uma só. Os alunos também não são separados por turmas de acordo com a idade, mas sim por habilidades que os alunos apresentam. Espero que esse realmente seja o futuro do nosso ensino e que não criemos mais doenças para fazer as crianças se sentirem anormais. “Somos todos folhas da mesma árvore”, esse era o lema da minha primeira escola. Ainda bem que aprendi assim.


Nota da CONTI outra: a reprodução desse material foi autorizada pela autora.


Marcela Picanço


http://derepentedacerto.com/


Atriz, roteirista, formada em comunicação social e autora do Blog De Repente dá Certo. Pira em artes e tecnologia e acredita que as histórias são as coisas mais valiosas que temos.






http://www.contioutra.com/o-deficit-de-atencao-esta-comportamento-da-nossa-sociedade-e-nao-nas-nossas-criancas/
















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terça-feira, 11 de agosto de 2015

Hospital TotalCor: Projeto Amicão (Zooterapia)



A zooterapia ou terapia assistida por animais, como é chamada a metodologia utilizada neste programa, teve início no Brasil em 1997 com a veterinária e psicóloga Dra. Hannelore Zucks

Essa terapia tem o objetivo de proporcionar ao paciente uma experiência diferente da austeridade do ambiente hospitalar, além de diminuir o estresse de pacientes e acompanhantes.

A visita no Hospital TotalCor foi realizada inicialmente junto aos pacientes que já tinham demonstrado interesse em animais de estimação, porém se multiplicou por todo o Hospital. O amicão encantou à todos e emocionou acompanhantes, pacientes e colaboradores por onde passou.

" Vocês estão me fazendo muito feliz, estou 70 dias internado e fiquei impressionado com essa surpresa, nossa eu estou feliz." comentou o paciente, Sr. Sérgio de Almeida Pessoa. "Foi muito emocionante para todos nós, nossos clientes ficaram surpresos e conseguimos encantar a todos. Esse projeto tem uma participação enorme na recuperação e na motivação desses pacientes." confirma, a gerente de atendimento, Juliana Bagali.

Principais objetivos do Projeto amicão:

- Estimular a atividade motora em crianças /idosos;
- Diminuir a ansiedade e o estresse de pacientes e familiares;
- Estimular a socialização entre pacientes, familiares e profissionais da saúde;
- Liberar tensões da equipe de trabalho.

ONG ATEAC - Nosso trabalho

sábado, 8 de agosto de 2015

EXTRAORDINÁRIO



Sabe aquele livro que conta uma história bem incomum mas que você se identifica com muitos aspectos? Sim, to falando da história de August o garotinho com o rosto deformado que vai na escola convencional pela primeira vez, e enfrenta problemas, além de emocionante o livro é pra todos os públicos, e claro, gratis no Le Livros: goo.gl/jTKDOb

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Como o professor pode ajudar no tratamento do Déficit de atenção e hiperatividade?

É comum que os professores tenham dúvidas sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade, alguns não sabem de fato como contribuir para a melhora da criança.

O TDAH não é um transtorno que afeta apenas o comportamento da criança. Na medida em que afeta também a capacidade para aprendizagem, a escola, em nome de todos os seus educadores,  precisa assumir o importante papel de organizar os processos de ensino de forma a favorecer ao máximo a aprendizagem dessas crianças. Para isso, é necessário que direção, coordenações, equipe técnica e professores se unam para planejar e implementar as técnicas e estratégias de ensino que melhor atendam às necessidades dos alunos que se encontram sob sua responsabilidade. O mais importante é o professor conhecer o TDAH e reconhecer que essas crianças necessitam de ajuda. Além disso, utilizar estratégias que possam ajuda-las no aprendizado também é fundamental para o tratamento das crianças que tem déficit de atenção ou Hiperatividade.
Para auxiliar os professores enumeramos algumas estratégias que podem ser usadas sempre com os alunos em sala de aula, em especial aqueles que tem déficit de atenção ou hiperatividade.
Déficit de atenção

Ao receber o aluno:

  • Procure identificar quais os talentos que a criança possui. Estimule, aprove, encoraje e ajude no desenvolvimento destes.
  • O elogio levanta a autoestima, então professor, elogie sempre que possível e tente ao máximo não evidenciar os fracassos.
  • Motive, seja otimista, transmita alegria, o prejuízo à autoestima frequentemente é o aspecto mais devastador para o TDAH.
  • O ensino deve ser interessante e prazeroso. O prazer está diretamente relacionado à capacidade de aprender. Seja criativo e afetivo, buscando estratégias que estimulem o interesse da criança para que esta encontre prazer na sala de aula.
  • Solicite ajuda sempre que necessário. Lembre-se de que a criança com TDAH conta com profissionais especializados nesse transtorno.
  • Evite o estigma, conversando com seus alunos sobre as necessidades específicas de cada um, com transtorno ou não.

Organizando o espaço

A rotina e organização são elementos fundamentais para o desenvolvimento de todos, principalmente para as crianças com TDAH. A organização externa irá refletir diretamente em uma maior organização interna. Assim, alertas e lembretes serão extremamente válidos.
Quanto mais próximo de você e mais distante de estímulos que farão as crianças com déficit de atenção se distraírem, maior benefício na aprendizagem ela poderá alcançar.
Sempre estabeleça combinados. Estes precisam ser claros e diretos. Lembre-se que ele se tornará mais seguro se souber o que se espera dele.
As regras precisam ser claras e os limites inclusive prevendo conseqüências ao descumprimento destes. Seja  sempre seguro e firme na aplicação das punições, quando necessárias optando por uma modalidade educativa. Por exemplo, em situações de briga no parque, afaste-o do conflito, porém mantenha-o no ambiente para que ele possa observar como seus pares interagem.
Adotar a afetividade é sempre a melhor maneira para educar todas as crianças, pois sabemos que estas crianças precisam de muito amor, compreensão e que todos nós acreditemos nas suas capacidades. Nosso desafio é prepará-las para que tenham uma vida plenamente feliz.
Leia também:
Psicopedagoga, Psicanalista Clínica, Palestrante, Bacharel em Administração de Empresas, Professora do município de Juazeiro-BA na área de Atendimento Educacional Especializado, Escritora/poetisa com livro publicado pela Editora Baraúna e CBJE.
http://www.ganhesempremais.com.br/psicopedagogia/como-o-professor-pode-ajudar-no-tratamento-do-deficit-de-atencao-e-hiperatividade/

Criança dispersa e déficit de atenção são coisas diferentes; entenda

Para ter TDAH, é preciso que os sinais estejam presentes em mais de um ambiente, como casa e escola

  • Para ter TDAH, é preciso que os sinais estejam presentes em mais de um ambiente, como casa e escola
Segundo definição da ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção), o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e que frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Também chamado de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção), o problema é reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e, ainda de acordo com a ABDA, atinge de 3% a 5% das crianças no mundo todo.
O transtorno é real, mas não deve ser confundido com uma desatenção característica de determinadas fases do desenvolvimento infantil. Seu diagnóstico é complexo, envolvendo uma avaliação clínica detalhada da criança nos vários ambientes que ela frequenta, como casa e escola. 
A seguir confira dez perguntas e respostas sobre o transtorno.
1) O que é TDAH?
Segundo Guilherme Polanczyk, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, o TDAH é um transtorno caracterizado por sintomas intensos e frequentes de desatenção, hiperatividade, impulsividade, que não são esperados para o momento do desenvolvimento em que a criança se encontra.
2) Em qual fase da vida é possível diagnosticar uma criança com o transtorno?
"Em geral, até os cinco anos, é normal que a criança seja mais inquieta e não consiga se concentrar em uma mesma atividade por muito tempo. Portanto, o TDAH é mais diagnosticado a partir dos seis ou sete anos, quando se inicia o processo de alfabetização", afirma Maria Conceição do Rosário, professora-adjunta do Departamento de Psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "É preciso tomar muito cuidado para não taxar de hiperativa uma criança que, na verdade, está apenas em uma fase mais agitada."
Apesar de poder ser diagnosticado em idade escolar, o TDAH  não está relacionado apenas com a escola. "Muitos associam, mas essa é uma visão equivocada. Diversos estudos mostram que o transtorno é causa de acidentes domésticos e pode aparecer em ambientes recreativos. Ele provoca estresse no convívio familiar e prejuízo na interação com amigos", diz Polanczyk.
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Veja dez atitudes dos pais que deseducam os filhos11 fotos

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Falar palavrão e fumar diante das crianças, entre outras atitudes, podem influenciar 
http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2014/02/19/crianca-dispersa-e-deficit-de-atencao-sao-coisas-diferentes-entenda.htm