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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sim, elas podem ser cruéis!!!Um tabu impede que se discuta a maldade infantil. Mas ela existe. E pode esconder transtornos graves

MArtha Mendonça

Aos 7 anos, T. convenceu seus pais, profissionais liberais de Belo Horizonte, a demitir duas empregadas domésticas. O motivo alegado: elas batiam nele. As duas negaram as agressões, mas o menino chegou a apresentar uma marca roxa no braço. Um ano depois, nova queixa sobre outra empregada. Revoltado, o casal decidiu colocar câmeras escondidas. O que viram foi uma surpresa: T. era o agressor, com pontapés e atirando brinquedos. No fim de uma semana, perguntaram se a empregada havia batido nele novamente. Choroso, T. respondeu que havia sido surrado na cozinha – onde as imagens não mostravam nada. Diante das sucessivas mentiras, foi castigado.
Três anos depois, reincidiu. Com os pais já separados, adquiriu o costume de tirar dinheiro da carteira dos dois, dizendo ao pai que era a mesada da mãe, e vice-versa. Os pais só descobriram a farsa durante uma discussão sobre dinheiro. Pouco antes, uma empregada fora mandada embora da casa da mãe depois do sumiço de R$ 50. T. disse que a vira pegar a nota. Diante disso, os pais concluíram que o menino precisava de tratamento. Poucas sessões depois, o diagnóstico foi duro: ele apresentava o chamado transtorno de conduta, nome formal para a velha “índole ruim”.
“Não é fácil a sociedade aceitar a maldade infantil, mas ela existe”, diz Fábio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, no Rio de Janeiro. Ele explica que a criança ou adolescente que tem essa patologia pode se transformar, na vida adulta, em alguém com a personalidade antissocial – o termo usado hoje em dia para o que era chamado de psicopatia. “Essas crianças não têm empatia, isto é, não se importam com os sentimentos dos outros e não apresentam sofrimento psíquico pelo que fazem. Manipulam, mentem e podem até matar sem culpa”, diz Barbirato. Por volta da década de 70 do século passado, teorias sociais e psicanalíticas tentaram vincular esse comportamento perverso à educação e à sociedade. Nos últimos anos, porém, os avanços da neurologia sugerem a existência de um fenômeno físico: imagens mostram que, nas pessoas com personalidade antissocial, o sistema límbico, parte do cérebro responsável pela empatia e pela solidariedade, está desconectado do resto.
Um obstáculo para o tratamento de crianças com sinais de transtorno de conduta é o próprio tabu da maldade infantil. O senso comum afirma que as crianças são inocentes – uma crença que resulta da evolução histórica da família. Até o século XVII as crianças eram consideradas pequenos adultos e muitas nem sequer eram criadas pelos pais. No século XVIII, isso mudou. A família burguesa fechou-se em si mesma, dentro de casa. O lar virou um santuário e a criança o centro dos cuidados e das atenções. Foi o nascimento do sentimento de infância, dentro de um grupo que agora tinha como laços o afeto e o prazer da convivência. Se a criança é o eixo do sentimento moderno de família, ela não pode ser má. Eis o tabu.
Foto: Renato Rocha Miranda/Divulgação TV Globo
NÃO PODE
A atriz mirim Klara Castanho como Rafaela, a criança manipuladora de Viver a vida. A justiça não quer que ela seja má
Desde que a novela das 9 da TV Globo, Viver a vida, foi ao ar, em setembro do ano passado, o Ministério Público do Rio de Janeiro acompanha de perto a personagem Rafaela. A menina, vivida pela atriz mirim Klara Castanho, de 9 anos, desagradou à Justiça. O autor, Manoel Carlos, foi notificado. No documento, um pedido para que ele tenha “cuidado ao elaborar a personalidade de personagens cujos atores são menores de idade”. Na trama, Rafaela é uma menina mimada, que, para defender seus interesses, faz chantagem com uma amiga de sua mãe. Rafaela não pratica a maldade sem motivações concretas ou demonstra curiosidade mórbida. Ainda assim, o Ministério Público considera a personagem pouco adequada. Criança, aparentemente, não pode ser vilã.
As escolas, porém, desmentem isso: elas costumam ser o palco diário das maldades das crianças com transtorno de conduta. A psiquiatra carioca Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do best-seller Mentes perigosas, diz que crianças e adolescentes com esse distúrbio costumam estar por trás dos casos mais graves de bullying. Em maio, ela lançará Bullying – Mentes perigosas nas escolas, com foco na maldade infantil. “É típico do jovem com transtorno de conduta saber mentir e manipular para que os outros levem a culpa”, afirma. Barbirato faz uma ressalva. “Pequenas maldades e mentiras são absolutamente comuns na infância. De cada 100, cerca de 97 têm comportamento normal e, ao amadurecer, saberão diferenciar o certo do errado e desenvolverão a empatia”, diz.
Mas, e os 3% que faltam? Serão obrigatoriamente personalidades antissociais na vida adulta, seres sem empatia? Os especialistas são taxativos ao afirmar que não se cura transtorno de conduta. Ele será, no máximo, amenizado se tratado a tempo e houver sempre algum tipo de vigilância. Na maior parte dos casos, porém, isso não acontece. E o resultado de ninguém ter notado esses sinais durante a infância aparece de forma trágica. “Essa criança poderá ser um político corrupto, um fraudador, até um torturador físico ou emocional, chegando a um assassino em série”, diz Ana Beatriz.
Os especialistas afirmam que não se cura
transtorno de conduta, mas ele pode ser amenizado
No último domingo, um exemplo extremo ocorreu na Pensilvânia, Estados Unidos. Jordan Brown, de apenas 11 anos, deu um tiro na nuca da namorada do pai, grávida de oito meses. O menino chegou a conseguir enganar a polícia dizendo que uma caminhonete preta havia entrado na propriedade da família. Mas a arma foi encontrada em seu quarto. A polícia não entendeu a motivação do crime. “Há casos em que a explicação é simplesmente uma curiosidade mórbida”, afirma Ana Beatriz. “Todos nós, quando pequenos, temos essa curiosidade. Mas, por volta de 4 ou 5 anos, começamos a ter a percepção do outro. O que não acontece com quem tem o transtorno de conduta.” A falta de tratamento dessas crianças é, muitas vezes, consequência da ignorância ou da falta de recursos. Mas não só. A estrutura familiar de hoje, com pais trabalhando fora o dia todo e com tendência a dar poucos limites aos filhos, favorece o desenvolvimento do transtorno de conduta. Qualquer criança que não é repreendida pelo pais sobre seus erros tende a crescer pouco civilizada. Se ela tem uma tendência antissocial, não haverá amarras para esse comportamento.
O relato de um psiquiatra do Rio Grande do Sul mostra quanto é difícil pais assumirem a necessidade de tratamento dos filhos. Em 2008, ele teve como paciente R., de 11 anos. A menina colocara fogo na mochila de uma colega de turma. Repreendida por professores e pais, teve como reação apenas rir. No ano anterior, fizera o mesmo com o rabo do cachorro de uma prima. Questionada, disse apenas que a prima não merecia ter um cachorro. Durante o tratamento, R. afirmou ao psiquiatra que não nutria nenhum sentimento especial em relação aos pais.“Ela tinha um olhar frio e uma ironia extremamente precoce para sua idade. Não sentia culpa. R. me tratava como um empregado”, diz o psiquiatra. Depois de um ano de tratamento, os pais acharam que ela estava melhor e poderia interromper as sessões. “Ela os manipulou – e disse a mim, explicitamente, que fingiria estar melhor e conteria seus atos. Contei a eles, mas não acreditaram em mim”, afirma. R. jamais voltou a seu consultório.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Criança agressiva na escola deve perder o ‘trono’ dentro de casa

Bonzinhos perto dos pais e bravinhos na frente dos coleguinhas precisam de limites e tarefas de socialização

 

Aquele velho e conhecido ditado popular “é de pequeno que se torce o pepino” é a mais pura verdade e deve ser levado à risca, principalmente pelos pais cujos filhos são agressivos fora de casa. Afinal, é na infância que se começa o lento processo de educação e o preparo dos pequeninos para o convívio social.

Segundo a psicóloga Vera Zimmermann, coordenadora do Centro de Referência da Infância e Adolescência da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a princípio, todas as patologias sociais aparecem cedo. “É a concepção do psiquismo, é de pequeno que podemos reverter a situação”, avisa.

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A jornalista Camila Fraia, 36 anos, vive a situação com o filho único Felipe, 3 anos e sete meses. “Desde o berçário, quando outra criança pegava um brinquedo dele, a reação era morder o colega. Como ele tinha meses, nenhuma professora repreendia. Mas quando ele começou a andar, ficou mais agressivo. Sempre vinha um bilhete da professora dizendo que ele tinha batido em algum colega”, conta a mãe.

Em casa, Felipe é tranquilo e convive com os primos normalmente. Camila tenta mostrar o caminho certo conversando com o filho. “Dizemos que não adianta agredir. Mas parece que ele não entende. Às vezes, acabo de falar e quando ele volta da escola, a reclamação vem junto".

Perda do ‘trono’
Para a psicóloga Vera Zimmermann, a situação grupal na escola coloca um desafio maior de capacidade de tolerar frustrações e sair do trono, ou seja, ser mais um na multidão, não mais o centro das atenções. “Em família, mesmo que haja irmãos, a presença dos pais e suas formas conciliadoras, tendem a minimizar a experiência da divisão, o que uma professora não consegue frente a uma turma maior”, explica.

É o caso de Natália, 10 anos. Embora não seja filha única – é caçula de cinco filhos –, as brigas no colégio não foram evitadas. “Em casa, ela é muito amável, divertida e educada. Mas na escola, é extremamente crítica. Quer sempre ser a líder da brincadeira, quer ser a melhor em tudo e não aceita a opinião das amigas. E aí começam as brigas”, relata a mãe da pequena, Elisamar Rosa, 45 anos.

Como forma de controlar a situação, ela tenta fazer a filha se colocar no lugar das amigas. “Eu simplesmente faço com ela a mesma coisa que ela faz com as outras crianças, tento passar pra ela que todos temos defeitos e qualidades, e que devemos aceitar as pessoas, assim como elas nos aceitam, sem brigar por tudo. Mas é difícil, porque ela tem o gênio forte, combinado com o espírito de liderança e às vezes é mal interpretada, tornando-se a chata da turma”, conta.

Diagnóstico
“Estes pais precisam se perguntar se estão oferecendo aos filhos experiências de tolerância à divisão, bem como de sentir-se excluído de uma cena, o que é fundamental para a socialização. Muitas vezes, a cena familiar é tão perfeita e amorosa que cria um ideal impossível de ser mantido no ambiente social. Então, temos as readaptações e crianças sentindo-se não amadas pelos colegas e professores, já que eles colocam limites e regras, deixando todos no mesmo nível de atenção”, avalia Vera Zimmermann.

Segundo a especialista, caso a agressividade fora de casa não se resolva, é necessário que a criança seja avaliada por um profissional. Mas a psicóloga dá algumas dicas para solucionar o problema, o primeiro passo é combater o individualismo:

- Não ter TV nos quartos, mas um aparelho comum para a criança aprender a dividir programas e horários com pais e irmãos;

- Estabelecer tarefas desde pequeno, conforme a idade, para que eles se sintam participativos dentro de casa (arrumar cama, lavar a louça, colocar roupa na máquina, arrumar a mesa);

- Pais devem também dividir as tarefas entre si para dar o exemplo. Não deixar que apenas um faça tudo;

- Frustrar a criança, às vezes, ajuda a ensinar as regras da sociedade, como respeitar o desejo do irmão ou dos pais em detrimento do dela;

- Tirar o ‘trono’ da criança quando ela deixa de ser bebê. Ela não precisa perder a majestade, continua sendo especial, mas não precisa mais ser o centro de tudo;

- Ensinar a respeitar as visitas, cumprimentar a todos, agradecer quem faz o almoço, elogiar a roupa limpa;

- Os pais devem estar alinhados com a escola e conversar com os professores;

- Criança deve ser ensinada a aceitar a autoridade da instituição de ensino e do professor;

- Levar o filho a se colocar no lugar do outro.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

TDAH atinge mais os meninos: entenda o distúrbio

um a cada três a cinco garotos têm a desordem

TDAH atinge mais os meninos: entenda o distrúrbio
Foto: Getty Images
Por Bruna Capistrano

Para haver o diagnóstico do déficit de atenção e hiperatividade, são necessários, no mínimo, seis sintomas combinados nas três bases que sustentam o TDAH: a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade.

"A desatenção é mais comum nas meninas. É quando a criança perde as coisas, custam a terminar as tarefas, é desorganizada ou evitam atividades que precisam de atenção contínua. Muitas delas ouvem dez vezes que têm que fazer uma tarefa, mas não fazem porque esquecem. São crianças que não têm planejamento", explica a professora da Faculdade de Medicina da PUCRS e especialista em psiquiatria infantil Gibsi Rocha.

Outros sintomas de hiperatividade ou impulsividade, mais comum nos meninos, são não conseguir ficar quieto, atrapalhar a aula por responder uma pergunta do professor antes dele terminar, falar muito ou interromper as pessoas. "Esse é o chato, que prejudica os outros, e é o que os pais conseguem tratar mais porque ninguém aguenta. O desatento prejudica a si", justifica Gibsi Rocha.

Segundo a especialista, pesquisas mostram que uma em cada 20 crianças têm TDAH, e que os meninos sofrem mais com o distúrbio. "Estudos dizem que para cada três a cinco meninos, um tem TDAH. E se não forem tratados na infância, há grande associação de depressão, ansiedade e envolvimento com drogas e álcool na fase adulta", finaliza a psiquiatra.

Dislexia em crianças: saiba o que é e como identificar os sintomas

ASSUNTOS: Educação dos filhos, Crianças

distúrbio é mais visível no começo da alfabetização

Dislexia em crianças: saiba o que é e como identificar os sintomas
Foto: Getty Images
Por Bruna Capistrano


Distúrbio de aprendizagem específico na área da leitura, escrita e soletração: isso é a dislexia, problema que é detectado mais facilmente nas crianças em início de alfabetização mas que dão alguns sinais desde a infância.

Conversamos com a psicopedagoga e fonoaudióloga Regina Ester Sabença, que explica quais são os sintomas, como identificá-los e agir com a criança disléxica. Confira:

  • 1
    O que é a dislexia?
    As crianças que sofrem de dislexia têm enorme dificuldade para copiar textos do quadro negro, formar palavras e escrever textos. "É importante observar quando ela começa a ter um nível de rendimento escolar diferenciado dos colegas. A criança se torna diferente no sentido de ser mais lenta durante as atividades, não conseguindo acompanhar os amigos nas atividades. Ela não consegue terminar as tarefas dentro do tempo estabelecido na sala de aula, e não consegue anotar o dever de casa que é passado no quadro negro. Fora a questão especificamente de decodificação, de armazenamento e assimilação de todo esse conteúdo", explica a especialista.
  • 2
    Quais são os sintomas?
    Além dos sintomas que são observados quando a criança entra na fase de alfabetização, por volta dos 7 a 8 anos, ela começa a dar alguns sinais na primeira infância. "São crianças muito dispersas, têm dificuldade de aprender e memorizar o alfabeto, fazer rimas, e na orientação espacial e temporal. Nesse momento, não se pode falar ainda em dislexia, mas são dados iniciais. Só começa a ter certeza do distúrbio na alfabetização e acesso à leitura escrita", afirma Regina Ester Sabença.
  • 3
    É penoso para a criança ler e escrever: não os culpe
    Um dos fatores que os especialistas mais ressaltam é a visão deturpada de muitos pais, amigos e familiares sobre as atitudes da criança disléxica. "É importante dizer que, ao contrário do que algumas pessoas pensam, a dislexia não é resultado de uma má alfabetização, desatenção ou desmotivação escolar", salienta Sabença. Segundo ela, o distúrbio não tem qualquer relação sócioeconômica ou de baixa inteligência. "Dislexia tem base neurológica com uma incidência expressiva de fator genético. Por isso, deve ser investigada tão logo são observados os primeiros sintomas", reforça.
  • 4
    Compreensão de textos é o problema
    O distúrbio não afeta a criança somente nas matérias relacionadas à escrita, como o português e línguas. Matemática, ciências, geografia e outras matérias também são penosas para essas crianças. "Em todas essas disciplinas existe o código linguístico. Se a criança tem dificuldade em decodificar e entender os sons e as palavras, ela vai levar isso para as outras disciplinas. A dificuldade envolve todo conteúdo escolar", salienta a psicopedagoga.
  • 5
    Como acontece a dificuldade para o disléxico
    A criança tem uma dificuldade muito grande na decodificação dos sons linguísticos. Isso significa que, ao ler uma informação, ela não armazena e nem decodifica o sentido. "Na palavra "sapato", por exemplo, ela não decodifica os sons até o final. É como se a ordem auditiva ficasse conturbada. Na escrita, ela faz uma aproximação semântica. Se a palavra "sapato" pra ela é comum, quando não conseguir ver a decodificação até o final, ela pega o radical "sapa" e então faz o fechamento que quiser, podendo ser "sapato", "sapatilha", "sapateiro", lendo de acordo com o que ela entender. Isso interfere não só na leitura, mas de forma muito significativa também na compreensão", relata Regina.
  • 6
    Como os pais podem ajudar a criança disléxica
    "A família tem que ficar atenta aos sintomas e começar a fazer uma investigação na própria escola. Entender por que seu filho está atrasado em relação aos colegas, por que ele sempre leva tarefas de sala de aula para casa, por que fica desmotivado. A criança se sente diferente e passa a achar que não é bom aluno. Mas a dislexia não passa pela inteligência, pois a criança pode ser inteligente de outras formas. É importante que os pais desmitifiquem o distúrbio e não culpem a criança por isso", afirma Regina Sabença.

    Ler para os filhos é uma das atividades que mais ajudam a criança na compreensão dos conteúdos, assim como conversar bastante, fazer perguntas e esperar com calma suas respostas. A conversação, segundo Regina, também é um ponto positivo para trabalhar a dislexia.
  • 7
    Tratamento da dislexia não é para sempre
    É importante que o distúrbio seja tratado mais cedo possível. É que a partir de métodos utilizados no tratamento com uma equipe multidisciplinar, envolvendo a escola, a fonoaudiologia, neuropsicologia, psicologia e psicopedagogia, o cérebro consegue criar métodos próprios para cumprir suas atividades e adaptar-se ao problema.

    "E a dislexia é observada como uma comorbidade, associada a outro quadro como déficit de atenção. São dois transtornos juntos. Na dislexia o tratamento é terapêutico e não requer medicamentos, diferente do que acontece nos quadros de déficit de atenção com ou sem hiperatividade", explica. Isso quer dizer que o melhor trabalho com a criança disléxica é a tríada família, escola e terapia, mas que seu cérebro vai se adaptar. "É como dizemos: a mochila é mais pesada mas não impede que a criança possa carregá-la. É mais difícil, mas ela consegue.".

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